Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
e reforcei a minha fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
o mar...
(Só nos é concedida
esta vida
que temos;
e é nela que é preciso
procurar
o velho paraíso
que perdemos).
Prestes larguei a vela
e disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
e revolta imensidão
transforma dia a dia a embarcação
numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura.
O que conta é partir, não é chegar.
Miguel Torga
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